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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Visão geral do que eu não entendo



      O que eu mais queria era ser analfabeto político, ignorante e sem nenhum discernimento . Eu seria mais feliz se não entendesse, nem percebesse e nem visse toda essa canalhice que acontece nesse país, com a clareza que eu vejo.
Seria mais fácil. 

 
      Eu não consigo não enxergar que a política interfere em tudo que me diz respeito. Nos alimentos que eu como, nos hospitais que existem, nas escolas, nas estradas, no preço do pão,. do cafezinho, da manteiga. A política influencia em tudo que existe. Quem diz que não gosta de política é burro e alienado e não merece um segundo da minha atenção.
 
      O que se pratica no Brasil e que se denomina política, (salvas as raras exceções), é sórdido, egoísta e cruel.
Quando eu vejo alguém se sentindo diferenciado por andar em um carro preto e oficial, e me lembro que o prefeito de Nova York vai trabalhar de metrô, e o presidente da França, vai dirigindo seu próprio carro, eu sinto muita pena dessas pessoas tão pequenas que desfilam sobre o que poderia ser a casa de alguém.

      Existem mecanismos na política brasileira que eu não consigo aceitar. Quando alguém ganha uma eleição e se ausenta do cargo por qualquer motivo que seja, eu não entendo como, ao invés desse lugar ser ocupado pelo segundo candidato mais votado, ser substituído por alguém que sequer participou do pleito. Eu não entendo a figura do suplente.

      Quando alguém recebe cem mil votos e perde uma eleição para outro alguém que obteve menos votos, é outra coisa que eu vou morrer sem entender, independente da explicação.

      Quando alguém renuncia a um mandato outorgado pelo povo, ele não deveria nunca mais poder se candidatar a nada. Ele abriu mão dese voto de confiança, seja lá qual for o motivo e principalmente se o motivo for escapar de uma perda de mandato.

      Não entendo o porquê de existirem quinhentas e doze pessoas em uma camara que legisla sobre vinte e sete estados, e nem a necessidade de oitenta e um senadores.

      Não entendo o voto secreto, não entendo a necessidade de autorização judicial para que contas de pessoas públicas sejam investigadas.

      Não entendo também a existência de saídas dos detentos, dos presídios nos Natais, no dias das Mães, sendo que um terço dessas pessoas não retorna, isso acontece todos os anos.

      Não entendo redução de penas, visitas de qualquer espécie e nem a possibilidade de se enviar para dentro das penitenciarias, alimentos e vestimentas. Os que estão ali cometeram atos que muitas vezes destruiu a vida de gente honesta e de bem e que em algum tempo , voltarão a encontrar os carrascos de seus entes amados, por exemplo e isso é um absurdo.

      Eu não entendo que o mesmo profissional que no Japão é o único que não se curva ao imperador, ser tão menosprezado e desvalorizado no nosso país. Falo do professor. Ele é a base de todas as outras profissões. É pouco inteligente desvalorizar a figura do professor, do médico, do policial,

      Eu não entendo a necessidade de um aparelho para se constatar que alguém está embriagado. Não entendo como pode ainda existir uma chance de alguém se recusar a passar por um teste assim. Não entendo como dirigir alcoolizado não é entendido como tentativa de homicídio doloso, aonde existe sim a intenção de matar. Isso é um fato.

      Meu consolo é a minha Fé. Eu acredito que os que fazem isso com os menos favorecidos um dia, irão para o inferno, eles não vão ganhar o Céu. Esse é o meu único consolo.
 
      As vezes eu sinto vergonha do meu país.

                                                                            Mario Jr.

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